A FORÇA DO PERDÃO
Dois elementos necessários para a restauração: coragem e quebrantamento.
Para acabar com a nossa proteção, assim como os romanos, satanás mira suas catapultas em nossa direção atirando pedras abalando a nossa estrutura levando os muros a ruínas.
São 3 as pedras, elas são chamadas de: matança, roubo e destruição.
Mata a esperança, rouba as oportunidades e destrói a autoconfiança.
No decorrer da vida bate um cansaço, envelhecemos por dentro, já não temos a mesma disposição, a mesma força para sonhar e realizar e recomeçar, esta é a síndrome da águia ferida, envelhecida, agredida, ainda voa, mas já são vôos mais rasantes e já está com a vida dando um fim.
Neste momento a águia precisa ouvir a voz do seu Criador chamando-a para uma metamorfose, Ele a chama para remontar as alturas e fazer um ninho para a sua cura e restauração (Jó 30:27 Is 40:28-31).
“... a tua mocidade se renova como a da águia” (Sl 103:5)
É preciso coragem para mudar, mas se assim o fizermos prolongaremos a nossa vida.
A águia é a única ave que chega a viver 70 anos. Mas para isto acontecer, por volta dos 40, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão.
Nessa idade, as unhas estão compridas e flexíveis. Não conseguem mais agarrar as presas das quais se alimenta. Seu bico alongado pontiagudo curva-se. As asas, envelhecidas e pesadas em função da espessura das penas, apontam contra o peito. Voar já é difícil!!!
Neste momento crucial da sua vida a águia tem duas alternativas: não fazer nada e morrer, ou enfrentar o dolorido processo de renovação que se estenderá por 150 dias. (5 meses)
Ela voa para o alto de uma montanha e recolhe-se em um ninho próximo a um paredão onde não precisará voar (neste tempo de vulnerabilidade, ela estará totalmente protegida por Deus). Ela começa a bater com o bico na rocha até conseguir arranca-lo. Depois, a águia espera nascer um novo bico, com o qual vai arrancar as velhas unhas. Quando novas unhas começarem a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. Só após 5 meses ela pode levantar o vôo de renovação e viver mais trinta anos”
“Comereis o velho da colheita anterior, e, para dar lugar ao novo, tirareis fora o velho” (Lv. 26:10)
Pedro caminhou com Jesus por 3 anos, ele tinha fé, amor, comunhão, mas faltava a restauração da alma.
Jesus tentou por várias vezes avisar, mas ele se achava pronto e capacitado. Satanás estava vendo os buracos no muro de Pedro, ele estava vendo as penas e o bico envelhecido, mas Pedro estava se achando a super águia. (Lc 22:31).
Como a águia envelhecida por não ter se submetido a restauração não conseguia mais pegar suas presas, no getsêmani pegou a presa errada ( a orelha do soldado), e não pegou a serpente que estava bem ao seu lado.
Deu voos rasantes perigosíssimos que se não fosse à misericórdia de Jesus protegendo e dando cobertura para que fugissem teria sido destruído tanto no getsemani, como nos momentos em que esteve trancado no quarto, pescando, ou no pátio do sumo sacerdote.
Elias também se tornou uma águia cansada e precisou de mais de 40 dias para ser restaurado como águia que voou tão alto que subiu sem mais voltar.
Já Eli, a velha águia ferida pelo comportamento de seus filhos, resolveu conviver com estes aborrecimentos e morrer.
A restauração de Pedro levou 40 dias (desde o dia da morte de Jesus até o seu encontro com ele na Galiléia).
Jesus morreu na cruz e Pedro que estava com vôos tão rasantes se omitiu se afastou do lugar de segurança que era ao pé da cruz.
Quando nos afastamos de Deus esta é a verdadeira zona de perigo: decepcionamos-nos e afastamos, nos magoamos e nos afastamos, esfriamos e nos afastamos.
Então o prenderam e o levou para a casa do sumo sacerdote. Pedro seguia de longe (Lc 22:54). Pedro seguia Jesus de longe, mas a serpente o seguia de perto, quem rompe um muro, uma cobra o morderá.
Deus não permitia nem um pavio velho no santo lugar e nem óleo velho, se permitirmos os entulhos da alma se convivermos com eles, este será o lugar, o habitat dos animais peçonhentos.
Pedro se afastou, e sentimentos de medo, insegurança, baixo auto estima, dureza, esfriamento, entraram em seu coração.
O próximo passo de Pedro foi sentar-se na roda dos escarnecedores, mas o conflito e a dor eram profundos porque aquele fogo não aquecia, por mais que tentasse, ele não tinha o mesmo linguajar.
O reconheceram como diferente, tentou negar a sua essência, mas se viu dominado por suas emoções conturbadas e a partir deste momento foi uma sucessão de erros. Negar a Jesus é excluí-lo de nossas vidas, negar a Jesus é negar a necessidade de restauração.
Pedro entrou com João no pátio onde Jesus estava sendo julgado e espancado. (Jo 18:16)
A primeira vez que negou foi quando a empregada encarregada da porta, o reconheceu. (Jo 18:17)
Na segunda vez foi um dos soldados que com ele se aquentavam no fogo, mas mais uma vez ele negou (Jo 18:25).
Um soldado presente no Getsemani o reconhece como o agressor do soldado da guarda e nega (Jo 18:26). Pedro nega com juramento (Mt 26:74) amaldiçoando a sua própria vida.(invocando maldições sobre si caso estivesse mentindo)... E saindo dali chorou amargamente.
Este foi o inicio da restauração, o inicio do vôo para a rocha, este foi o quebrantamento, o vaso de alabastro sendo quebrado aos pés de Jesus. Deus minha vida está quebrada como este vaso, estou em vôo rasante, me leve para cima, me tire desta zona de perigo, derramando meu amor, meu arrependimento aos seus pés.
(Lc 22:61 e 62) o olhar do perdão e do amor.
Em Lucas, Pedro dá 3 tipos de respostas que damos quando não queremos ser restaurados: Não o conheço, não sou, não compreendo o que dizes ! Não conheço os princípios de Deus, não sou o que Deus diz que eu sou o que meu coração em meus sonhos diz que eu sou não compreendo. O que você diz a meu respeito!
Quando estamos em zona de perigo Jesus manda que o galo cante para nos alertar, pessoas ou situações que nos lembrem que é hora de ir para o alto para ser restaurado.
(Mc 14:62) O galo já havia cantado, seus ouvidos estavam ensurdecidos por causa do medo e insegurança, a velha natureza da inconstância voltou a predominar, mas na terceira vez com o olhar de Jesus caiu em si, a voz de Jesus ecoou em seu coração.
Como estavam os olhos de Jesus. (Mt 26:67)
Você seria capaz depois de haver sofrido, agredido, ainda assim olhar para quem ficou distante?
Mas é desta forma que Jesus olha para nós, mesmo depois dos nossos pecados e quebras de princípio, mesmo depois de agredi-lo. É desta forma que Ele está olhando agora para você.
Pedro chorou amargamente, (inicio da subida da águia, inicio da restauração das forças, lembrança de Jesus ter dito que quando ele se convertesse apascentaria). Jesus mostrando que ele se tornaria um homem flexível não quanto à instabilidade, mas em relação ao amor e compreensão das vidas.
Mostrou que todo erro é passível de reparação, que toda pedra destruída a fogo pode voltar a ser pedra.
Pra Nayra Pedrini
Nenhum comentário:
Postar um comentário