Muitas pessoas ficam frustradas com a demora para a resposta de suas orações, outras se desesperam ao contemplarem a piora na situação, mas se entendermos o processo da intercessão, então evitaremos o desânimo e o desespero em nossas vidas e nos regozijaremos com a vitória. Quando o véu do santuário rasgou, esta foi a manifestação da vitória de Cristo na cruz:
“Já era quase a hora sexta (meio-dia) e escurecendo-se o sol, houve trevas sobre a terra até a hora mona (15:00 horas). E rasgou-se pelo meio o véu do santuário” (Lc 23:44-45).
Todos nós queremos ver o resultado final das nossas intercessões. Quando o véu rasgou, os sepulcros abriram, a terra tremeu, este foi o momento em que a vitória foi consumada. Mas existe um espaço de tempo nas nossas intercessões são etapas, que precisamos entender. Os horários de oração e no Novo Testemunho coincidem com os horários em que os sacrifícios eram oferecidos no Tabernáculo e no Templo, ou seja, ás 9:00 da manhã e ás 3:00 horas da tarde.
No entanto, no tempo de Davi foi acrescentado um horário a mais para a oração, foi acrescentada a oração ao meio-dia. “À tarde, pela manhã e ao meio-dia farei as minhas queixas e lamentarei; e Ele ouvirá a minha voz” (Sl 57:17). Sabemos que Daniel também orava 3 vezes por dia, estes 3 horários representam 3 momentos, 3 etapas em nossas intercessões. Vejamos agora estas 3 etapas:
=> Jesus foi crucificado as 9:00 da manhã:
“E era a hora terceira quando o crucificaram” (Marcos 15:25)
O momento da crucificação é um momento de dor, cansaço, solidão, medo, entrega e confiança. Este é o momento em que chegamos com nossas súplicas diante do Senhor com corações esmagados pelo peso da situação, feridos, envergonhados humilhados diante de nossos inimigos. Este era o quadro de Jesus na cruz, aparentemente derrotado, será que você já se sentiu desta forma? Parece que todos os olhos estão colocados sobre a sua vida esperando por um desfecho de fracasso, sua vida está exposta, sua fé é questionada, a dor é intensa. Abraão também passou pela mesma situação, quando Deus fez uma aliança com ele, ordenou que cortasse animais pela metade para a realização da cerimônia de aliança. Em toda aliança deve haver derramamento de sangue, pois este é o selo da vitória. Na cruz houve derramamento de sangue, na Aliança com Abraão também. Nas intercessões o sangue é o ponto de vitória como lemos em Apocalipse, o povo um povo forte e ativo, um povo que enfrentará forças demoníacas como nunca antes experimentamos vencerá com o sangue e com a palavra do testemunho. Logo após ter cortado os animais, aves de rapina vieram sobre o sacrifício e Abraão precisou enxota-las.
“Aves de Rapina desciam sobre os cadáveres, porém Abraão as enxotava” (Gn 15:11). Abraão havia recebido promessas de proteção e de bênçãos, no entanto as aves de rapina vieram para roubar a fé, para roubar a palavra do seu coração e para trazer duvida e cansaço. Jesus também foi atacado na cruz durante 3 horas por estas aves de rapina, da mesma forma como aqueles animais do sacrifício, o corpo de Jesus havia sido partido. Agora que seu precioso sangue estava sendo derramado naquela cruz, as aves (trevas) queriam roubar a sua confiança. Não se deixe vencer nesta etapa da intercessão, enxote os pensamentos de incredulidade e derrota da sua mente. Abraão certamente enxotou as aves com uma vara, você como sacerdote tem a autoridade, representada pela vara de Arão para enxotar todos os demônios, que venham com o intuito de enfraquece-lo. Use esta autoridade e não aceite este roubo. Durante 4 meses Rispa esteve sentada sobre uma penha e não permitiu, que as aves se aproximassem do cadáver de seus filhos, eles eram príncipes com promessa e não poderiam ser tocados e nem devorados por estas aves de rapina, mas teriam um enterro digno graças a ousadia e persistência desta mulher. (2 Sm 21:10-14).
Se você ler atentamente os Salmos 22 e 69 verá que Jesus mesmo que cercado pelas trevas, mesmo que abandonado por amigos e ridicularizado pelos homens, resistiu e venceu esta primeira etapa com a palavra em seus lábios:
“Salva-me das fauces do leão e dos chifres dos búfalos; sim Tu me respondes... Vós que temei ao Senhor louvai-o... Pois não desprezou nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro”.(Sl 22:20-24).
Contra os ataques das aves de Rapina Jesus usou palavras de confiança absoluta Naquele que é imutável. Louvou quando seria absurdo para qualquer pessoa agir desta forma. O louvor e a confiança enfraquecem estas aves e abre caminho para o milagre. Jesus louvou ao Pai antes de ordenar que Lázaro saísse do túmulo, se você está diante de uma situação impossível comece a louvar a Deus e o caminho se abrirá.
“Chegada à hora sexta (meio-dia), houve trevas sobre toda a terra...” (Mc 15:33).
Este foi o momento mais difícil, durante mais de três horas Jesus enfrentou o inferno que o cercava, foi um momento de intensa luta, esgotamento, opressão. Você tem o quadro daquilo que Jesus sentiu descrito em detalhes no (Sl 22). “Muitos touros me cercam, fortes touros de Basã me rodeiam. Contra mim abrem as bocas, como faz o leão que despedaça e ruge... Cães me cercam uma súcia de malfeitores me rodeia, trespassaram-se as mãos e os pés”.(Sl 22:12-16).
Nesta etapa o intuito das trevas era realmente intimidar e despedaçar, esmiuçar, estraçalhar as emoções, tirar o ânimo e anular as forças. É um momento critico, Abraão também enfrentou este tipo de confronto e opressão. Depois de lutar exaustivamente com as aves outro nível de ataque veio sobre Abraão: “... Caiu profundo sono sobre Abraão, e grande pavor e cerradas trevas o acometeram” (Gn 15:12). Já que o inimigo não conseguiu vencer Abraão pelo cansaço, pela incredulidade, já que Abraão venceu as aves, o ataque seria agora de uma forma mais violenta, o ataque seria direto sobre as suas emoções para provocar esgotamento e medo. Eu sei que há momentos em que você entra no quarto e parece que as orações não passam do teto, você começa a sentir sono e cansaço, parece que está tudo perdido, você sente seu coração estraçalhado e a esperança praticamente esvanecida, mas na verdade você esta entrando no terceiro momento da intercessão. Fique firme, não desista, pois quanto mais próximo da vitória maior será a pressão exercida pelo inimigo.
Na cruz, Satanás sabia que havia ferido o calcanhar do Herdeiro, mas sabia também, que se Jesus continuasse a obedecer ao Pai, então a sua cabeça seria definitivamente esmagada: “Porei inimizade entre ti e a mulher entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”.(Gn 3:15). O inimigo sabe que se você perseverar vencerá e receberá a recompensa da sua intercessão. Se continuar firme, mesmo que esteja passando por um período difícil de cruz, se continuar crendo mesmo enquanto as trevas estiverem exercendo pressão, então este será o decreto de derrota do inimigo.
=> Terceiro momento da intercessão é o momento da vitória, o momento da intervenção de Deus na situação. Foi neste momento de profunda opressão, quando densas trevas vieram sobre Abraão, que a coluna de nuvem e fogo veio caminhar entre as partes dos animais selando desta forma a aliança. O Senhor mesmo com a luz da Sua glória veio dissipar as trevas que tentavam fazer Abraão desistir, recuar e enfraquecer. Embora o espírito permanecesse firme, as forças físicas e emocionais de Abraão, bem como as de Jesus na cruz estavam esgotadas. Mesmo que você esteja se sentindo desta forma, completamente enfraquecido, saiba que neste momento o Senhor virá em sua defesa. Este momento que foge do nosso alcance é quando entra o sobrenatural de Deus para transformar a situação:
Não desista das suas intercessões, não aborte o milagre, que está para ocorrer na sua vida! Estes 3 momentos que acabamos de ver equivalem á concepção, gestação e nascimento do seu milagre. A hora do parto é sempre a mais difícil, mas o resultado, a alegria recompensa toda a dor. Elias também passou por estas 3 etapas, quando enfrentou os 400 profetas de Baal. O 9:00 horas da manhã Elias sozinho da mesma forma que Jesus na cruz e Abraão no momento da Aliança, reconstruiu o altar da confiança e enfrentou os poderes das trevas. “Tomaram (os profetas de Baal) o novilho que lhes for a dado, prepararam-no e invocaram o nome de Baal desde a manhã até o meio-dia” (1 Reis 18:26). Elias tinha diante de si as promessas de Deus, mas se sentia sozinho, abandonado, mesmo assim permaneceu firme crendo no Senhor do impossível. Desde cedo (as 9:00) até ao meio dia ele perseverou. Ao meio-dia, momento em que trevas acometeram Jesus, Elias enfrentou os profetas com zombaria, não pense que foi fácil, ele estava tão cercado pelas trevas quanto Jesus na cruz e Abraão no momento do sacrifício. Elias creu, resistiu e o resultado foi que o fogo de Deus desceu para envergonhar e enfraquecer os poderes que oprimiam Israel. A presença de Deus as nuvens negras que pairavam há tanto tempo sobre a nação trazendo perdas, tristezas e dor.
“Ao meio-dia Elias zombava deles... no devido tempo para se ofertar às ofertas de manjares (3:00 horas da tarde) aproximou-se o profeta Elias e disse: O Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, fiquei hoje sabido que Tu és Deus em Israel e que eu sou teu servo e que segundo a tua palavra fiz todas estas cousas... então caiu fogo do Senhor...” (1 Reis 18:37).
Se você soubesse o poder que há nas orações, você gastaria mais tempo com Deus. Elias era um homem sujeito as mesmas paixões, mas suas orações fizeram fogo descer, fecharam e abriram os céus de Israel, ressuscitou morto, fez suprimento multiplicar, abriu as águas do Jordão, enfim suas orações eram eficazes, porque ele não desistia e não abortava o processo de intercessão, ele perseverava até o fim. Elias mesmo, diante de um céu completamente sem nuvens orou, persistiu, perseverou por 7 vezes até nos céus a manifestação das suas orações. Tiago disse que: “Muito pode por sua eficácia a oração do justo” (Tiago 5:16). Nossas orações são “puro poder em ação”, aprenda a valer-se desta poderosa arma! Grandes acontecimentos ocorreram durante o momento de oração. A cura do homem coxo que ficava á porta do templo, ocorreu não quando Pedro e João estavam sentados falando mal dos outros apóstolos, mas quando subiram ao templo para a oração da hora nona, ou seja, para a oração as 3:00 horas da tarde. (Atos 3:1). Todos nós queremos colher resultados e às vezes pensamos, que porque já galgamos determinada posição espiritual, não precisamos mais orar tanto, ou buscarmos tanto a Deus. Isto se chama auto-suficiência e é uma das maiores razões de quedas espirituais. Pedro e João já eram apóstolos conhecidos, mas não ficaram perdidos nas suas muitas atividades e muito menos já se consideravam ungidos o suficientes, para deixarem de buscar a Deus com intensidade. A oração, o estudo da palavra ainda eram prioridade em suas vidas. O espírito Santo em pentecostes foi derramado durante a oração realizada as 9:00 horas da manhã (Atos 2:15), se quisermos ver o avivamento nesta geração devemos começar a interceder. Cornélio teve uma visão as 9:00 horas da manhã, enquanto orava e no dia seguinte Deus deu uma visão para Pedro, no momento em que orava ao meio-dia. Talvez você fique impressionado com a unção de Pedro, pelo fato do Espírito ter sido derramado sobre os gentios, enquanto ainda estava ministrando a palavra. Mas o segredo para esta unção está no tempo que Pedro gastava na presença de Deus orando e buscando.
Não desista, creia e veja o véu rasgar e o impossível acontecer!
Pra. Nayra Pedrini
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